quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Protesto pode paralisar atividades no HC/UFPR amanhã! Contra a MP 520!

Protesto pode paralisar atividades no HC amanhã
Luciana Cristo
Daniel Caron
Paralisação atingirá hospitais universitários ligados ao governo federal.
Funcionários do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, devem paralisar as atividades durante todo o dia de amanhã para protestar contra a Medida Provisória (MP) 520/2010, que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e desvincula a administração desses hospitais das universidades. A medida pode acarretar demissão de um terço dos atuais funcionários do HC.

Para não comprometer o atendimento, a tentativa é de transferir as cirurgias eletivas de amanhã dos pacientes do HC para hoje ou para a próxima sexta-feira, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR).

A paralisação é nacional - decidida em assembleia geral da categoria - e atinge todos os hospitais universitários atrelados ao governo federal. A edição da medida provisória pode prejudicar, inclusive, as pesquisas que atualmente são desenvolvidas dentro do HC, segundo análise do Sinditest.“Com a MP, teremos uma nova empresa administrando o hospital e, se ela não quiser fazer pesquisas, ela não faz”, exemplifica o diretor de formação sindical do Sinditest, Bernardo Pilotto. 

Além de protestar contra a MP, a paralisação de 24 horas serve para dar início à campanha salarial dos servidores dos hospitais. “Queremos também a garantia de pagamento dos servidores atrelados à Fundação da UFPR (Funpar)”, diz Pilotto.

O HC tem em torno de 3 mil funcionários que podem aderir ao movimento e ficar sem trabalhar amanhã. “Não vamos impedir nenhum funcionário de trabalhar, nosso trabalho é na base do convencimento. Mas o sindicato não vai deixar ninguém sem atendimento e as cirurgias de emergência serão mantidas. Estamos tentando negociar com a direção do hospital para remanejar os atendimentos. O que não pode é a direção do HC fingir que não tem paralisação e marcar tudo para amanhã”, argumenta Pilotto.

A diretoria do HC ainda não se pronunciou oficialmente se haverá algum tipo de preparação específica para amanhã, para que não ocorram imprevistos, nem se manifestou sobre a possibilidade de remarcação das cirurgias. O resultado da paralisação de amanhã será avaliado no próximo dia 16 em plenária em Brasília, depois da qual a categoria pode deflagrar greve.


Lucas R.



 

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