sábado, 19 de março de 2011

Para quem defende os planos privados de saúde!

Médicos marcam paralisação de atendimento aos planos de saúde em todo o país


Rafhael Borges 
Especial para o UOL Notícias 
Em Goiânia

No dia 7 de abril será realizado o Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde, informou nesta quarta-feira (16) o Conselho Federal de Medicina. Roberto Luiz d’Ávila, presidente do CFM, disse que os médicos não vão mais se submeter às condições impostas pelas administradoras de planos.
Segundo ele, caso não cumpram as exigências de melhoria nos repasses de consultas, exames e outros procedimentos, poderá haver o descredenciamento de operadoras e a interrupção total no atendimento aos pacientes. “A paralisação do dia 7 não inclui os atendimentos de emergência, mas, caso o nosso movimento não sirva de alerta para os planos de saúde, medidas drásticas poderão ser tomadas. O que queremos é respeito”, afirmou o D'Ávila.
Os números e percentuais a serem aplicados variam de acordo com cada procedimento. Um exemplo defendido pela Fenam (Federação Nacional do Médicos) é de que o valor das consultas seja de pelo menos 80 reais -- nos consultórios particulares, o valor praticado pode variar de 120 a 200 reais. Atualmente os médicos recebem dos planos entre 25 e 49 reais por consulta.
Os diretores de conselhos regionais de medicina de todo o Brasil estão reunidos em Goiânia para o 1º Encontro Nacional de Conselhos de Medicina. A mobilização foi definida pelas entidades médicas nacionais em plenária realizada em São Paulo com a participação de inúmeras entidades, conselhos, sindicatos, associações e sociedades de especialidade.

Planos de saúde

Sizenando da Silva Campos Júnior, diretor-presidente da Unimed em Goiás, acredita que as reivindicações são adequadas e a paralisação serve para ampliar a discussão. “Os planos de saúde são muito exigidos pelo Ministério da Saúde. A cada dia surgem novos medicamentos, aparelhos para exames, e os custos dessa evolução tecnológica precisam ser repassados para os pacientes, e isso nem sempre é autorizado”, destaca.
A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) informou que as suas associadas buscam constantemente aperfeiçoar o seu relacionamento com os médicos, inclusive apresentando propostas concretas de reajuste nos fóruns de debates, como o promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A Federação justificou que os reajustes dos médicos nos últimos anos superaram a inflação. Na medicina de grupo, de 2006 a 2009, teria havido um aumento de 33,9% no valor pago pelas operadoras pelas consultas médicas, e entre as seguradoras este valor foi de 38,6% - enquanto a inflação do período foi de 19%.
Mas, para Sizenando da Silva, o que impede um melhor relacionamento entre médicos e operadoras de planos é a necessidade de prestar contas no mercado financeiro. “Muitas delas vendem ações na bolsa de valores, e com isso, estão sempre pressionadas a apresentar lucros. Dessa forma o repasse aos médicos fica comprometido e quem sofre é o paciente”, revelou.

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