sexta-feira, 23 de maio de 2014

Contribuição sobre a dengue- para Londrina

O Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e Região tem uma cadeira no conselho municipal de saúde de Londrina. Nosso nome para o conselheira é o da Juvira Cordeiro, líder comunitária do Jd. Leonor. O Fórum apresentou na última reunião do conselho municipal a carta abaixo com elementos para pensarmos a dengue no município, e também trouxe estes questionamentos, fruto de debates que fizemos internamente em nossas reuniões do fórum para o comitê da dengue. Seguimos no controle social. O Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e Região é uma entidade composta por militantes da área da saúde, lideranças comunitárias, técnicos de saúde, e estudantes e se configura como uma frente de luta para discutir e debater com seriedade os problemas de saúde do município. Feito esta explanação, entendemos que o fórum tem o dever de se envolver em debates que atingem a saúde da população, causando o seu adoecimento, neste caso o do dengue em nosso município. Neste sentido apresentamos neste documento algumas contribuições sobre a epidemia de dengue em nosso município, apontando alguns caminhos e interrogando outros. O debate é fruto do acúmulo rico que possuem nossos membros, que militam, trabalham, vivem e estudam saúde. - O Fórum acredita que a aproximação dos agentes de endemias com a Estratégia Saúde da Família deve ser consolidada de uma vez por todas. A coordenação das Unidades Saúde da Família tem que estar próxima ao trabalho dos agentes de endemias. O trabalho de combate à dengue deve estar junto a estas unidades, não faz sentido algum o agente de endemia trabalhar isoladamente e as unidades não se apropriarem do combate e enfrentamento à dengue. Observamos que poucas são as unidades que conseguem fazer este trabalho de monitoramento, prevenção e promoção em saúde. Existe uma portaria a 1007 de 2010 que fala do estímulo financeiro que há para as unidades de saúde que adotarem o modelo de adesão ao trabalho de enfrentamento à dengue. Só existe vantagem neste modelo que se mostra mais integral às necessidades desta demanda. - Os agentes comunitários de saúde devem trabalhar conjuntamente com os agentes de endemias porque os primeiros conhecem de fato suas famílias e seus problemas, reconhecem quem são as pessoas que têm dificuldade cognitiva de entender orientações de combate à dengue, ou possuem limitações de saúde mental (fobia social, depressão) para abrir as portas para os agentes de endemias durante a vistoria. - Também encontramos o problema dos “acumuladores”, pessoas que moram na comunidade e que sofrendo de algum problema emocional (TOC, por exemplo) acabam por acumular objetos que juntam água. Podemos autuá-los, mas se não trabalharmos o seu emocional, vão continuar fatalmente acumulando mais e mais. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) pode se envolver nestes casos, que parecem isolados, mas que ocorrem por todo o município e que interferem sim na cadeia de transmissão da dengue. - Os pneumáticos continuam sendo desprezados irregularmente pela comunidade e por lojas especializadas, nos chegou recentemente relato de alguns moradores que vão até o local destinado para o seu desprezo e que têm de desembolsar dinheiro para deixá-los, o que leva ao desestímulo do seu destino correto. - Sugerimos que nas unidades de saúde da família tenham pessoas que sejam referência na assistência à pessoa com suspeita do dengue, porque estas teriam um olhar mais apurado sobre o tema, porque o vírus do dengue tem mostrado sua habilidade em produzir sintomas não clássicos, que continuam passando desapercebidos por alguns profissionais de saúde. Exemplos como este já ocorrem em outros municípios do Rio de Janeiro. A partir deste debate, gostaríamos de saber da secretaria de saúde como andam estes questionamentos acima relatados, de preferência com números. Atenciosamente, Fórum Popular de Saúde –forumldn@gmail.com

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