No último dia 12 de maio, realizamos com o apoio da Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Serviço Social, Pós Graduação em Serviço Social e Política Social, o primeiro debate com representantes dos trabalhadores e membros da Frente Nacional contra a Privatização no SUS sobre "Modelos de Gestão no SUS".
Após a cerimônia de abertura, tivemos a saudação de uma das coordenadoras do evento, da Professora Doutora Liria Bettiol, docente do Departamento de Serviço Social, e do representante do Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e Região, Carlos Henrique Santana.
A mesa teve como mediador, o também representante do Fórum Popular de Saúde de Londrina, Alisson Marques, mestrando em Saúde da UEL. A primeira fala da noite foi da Professora Doutora Maria de Fátima Siliansky, médica, docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da UFRJ e IESC, que ilustremente abordou a questão da financeirização na saúde, "na década de 70, nas indústrias farmacêuticas e de insumos médicos hospitalares, todos os meios produtivos tinham origem no capital familiar, com o advento do neoliberalismo observamos que este processo de modernizou e que as grandes famílias foram trocadas pela especulação do capital financeiro nas bolsas", ou seja o mercado bilionário se ampliou, e a saúde é mais uma vez apropriada como mercadoria". Nesta perspectiva surgem as OS, Oscips e Fundações como saída para burlar o Estado, e manter a expropriação de recursos públicos para o privado. Hélio de Jesus, membro do Sindiprevs Paraná, Sindicato dos Servidores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social explanou sobre a repercussão das fundações para os trabalhadores e para a qualidade da assistência em saúde prestada, comentou da fragmentação causada pelas fundações na sua categoria e que este modelo acirra a unidade dos trabalhadores, "as políticas de saúde do Ministério da Saúde ficam pulverizadas nas fundações". Ilustrou também os inúmeros casos de corrupção e desvio de dinheiro público nas OS de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Bernardo Pilotto, Servidor do HC/UFPR e diretor do Sinditest, Sindicato dos Trabalhadores do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná, falou sobre o esvaziamento de recursos para os Hospitais Universitários e que isso é uma forma de mostrar que o serviço público é ruim, para trazer a privatização e a terceirização".
O Evento contou com a participação de mais de 80 pessoas que estavam dispostas a debater a gestão e o financiamento na saúde de Londrina, e contou com usuários, trabalhadores da saúde, técnicos da UEL, discentes e docentes das mais variadas áreas, além de gestores que atuam na rede. O debate abre a possibilidade de novos encontros temáticos e vem ao encontro de ampliar a discussão na comunidade de um tema antigo, mas que é pouco discutido.
Parabéns a todos que fizeram um esforço militante na construção deste debate! Aos palestrantes e apoiadores os nossos agradecimentos!
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