segunda-feira, 26 de julho de 2010

Varal do SUS – O SUS que temos e o SUS que queremos...




No último dia 24, no calçadão de Londrina (PR), se deu um ato denominado Varal do SUS – O SUS que temos e o SUS que queremos - que mobilizou trabalhadores da saúde, estudantes e usuários do SUS, objetivando explicitar as problemáticas atuais do sistema de saúde, valorizar os avanços e conquistas e lutar pela garantia da saúde pública, gratuita e de qualidade, como direito de todo cidadão.  
O Varal do SUS foi uma construção coletiva de atores envolvidos com a defesa da saúde. Durante o mês de julho, foram realizadas oficinas em unidades de saúde de Londrina e Cambé, para que tanto trabalhadores quanto usuários pudessem expressar seu olhar sobre o SUS. E a partir de desenhos, imagens, frases, sonhos, indignações, encantos, de todos aqueles que vivenciam, lutam e constróem o SUS, o varal foi de delineando, tomando forma, ganhando vida. Porque a idéia do varal não era apenas expor, apresentar, mas ser uma forma de diálogo, de luta, de movimento... e já na rua, em meio ao calçadão de Londrina, o varal foi sendo erguido, foi adquirindo novas cores, daqueles que passavam e também deixavam sua marca, sua mensagem. Um varal-vivo, porque SUS é vida.






E vieram idosos, crianças, jovens, homens e mulheres que querem se fazer ouvir. E vieram outros tantos companheiros de luta... o pessoal do Centro de Direitos Humanos de Londrina (CDH), residentes do Fórum Nacional de Residentes em Saúde (Coletivo Londrina, Coletivo Rio), pessoal da AMACOL, que coloriu a manhã com o xadrez...

... construções...

... os passos todos...

... o varal...





... as crianças, as cores...


... as marcas...
... os olhares...






... fora CIAP... e todas as Os, OSCIPS...
                                          
                                           ... o futuro...
                                        
                                          ... muitas mãos, muitas cabeças, sonhos, lutas...




... companheiros de luta...


... e a construção continua...


* Agradecimentos a todos que, de alguma forma contribuíram... e em especial à professora Maria Valéria, da UFAL (AL), do Fórum em Defesa do SUS e contra a Privatização, que tanto nos instigou e cujas idéias e lutas vêm ecoando pelos lados de cá...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Reunião do Fórum Popular de Saúde de Londrina e Região- 03/07!

Olá companheiros! Conforme deliberado na última reunião, fica agendado nosso próximo encontro no dia 03/07 as 9h no mesmo local:



Avenida Paraná 102- segundo andar- sede do sindicato dos correios, ao lado do foto estudante



Sugestão de pauta: - Encaminhamentos dos contatos;

- Realização da leitura da carta ao MP pedindo esclarecimentos sobre TAC;

- Informes sobre o piso salarial dos ACS;

- Encaminhamentos do evento "Varal do Sus".



Nos encontramos lá!!!

Criação do Fórum Popular foi tema de sessão da câmara de vereadores

A criação do Fórum foi abordada durante sessão da câmara pelo vereador Eloir Valença que solicitou ao Secretário de Saúde de Londrina para fornecer esclarecimentos quanto à corrupção do CIAP e a permanência do vínculo com a prefeitura. Estes esclarecimentos foram fornecidos após realização de carta do Fórum cobrando providências da promotoria de saúde quanto ao CIAP. Na época o secretário mostrou-se bastante desinformado sobre a real situação da saúde de Londrina e não sabia bem ao certo como se dava a fiscalização dos serviços prestados pela Oscip pela prefeitura.    

Carta de abertura do Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e Região

Pessoal, depois da palestra da Profa. Dra. Maria Valéria de Alagoas, fizemos a leitura da carta- compromisso do Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e Região, segue abaixo:

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA SAÚDE PÚBLICA EM LONDRINA E REGIÃO

O autoritarismo e a exclusão social são traços presentes no Estado brasileiro. A sociedade, embora, tenha conquistado avanços importantes no plano dos direitos civis, políticos e sociais, não logrou romper, até o momento, com esta marca.

No caso específico da política de saúde, convém destacar que a luta da sociedade brasileira por melhores condições de vida, coincide com a própria história da saúde no Brasil. O movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 70, é um marco histórico dessa luta.

Em toda a história de luta na área da saúde obteve-se avanços importantes. Conquistou-se um dos melhores sistemas de saúde do ponto de vista da legislação, com isto instituiu-se a universalização do atendimento e, garantiu-se a participação da comunidade na definição e controle das políticas de saúde no texto constitucional. Eliminou-se a figura do indigente que se constituía no reconhecimento oficial do “não cidadão”, aquele que por não possuir” carteirinha do INPS” não tinha direito a assistência. Como conseqüência, da conquista do direito de participação surgem as Conferências e os Conselhos , hoje em praticamente todos os municípios brasileiros.

A proposta da gestão participativa, não se constitui em invenção ou descoberta da Reforma Sanitária, é uma importante herança dos Movimentos dos trabalhadores em todo o mundo. Diferentes experiências históricas, em vários países, com trajetórias de lutas específicas, orientaram-se para a construção de espaços de participação para maioria da população que, tradicionalmente era colocada à margem dos processos de decisão e dos instrumentos de controle do Estado. Essa é a história dos Conselhos de Fábrica na Itália, da Comuna de Paris, dos Sovietes russos, dos Conselhos operários na Alemanha e na Espanha, da co-gestão na Iugoslávia, Polônia e Hungria.

No Brasil, estes surgem da necessidade de ampliação do controle democrático sobre o sistema de saúde. Aponta para uma nova relação ente Estado X Sociedade, numa realidade, na qual o poder público se mostra incapaz de responder às necessidades da população.

O redirecionamento das Políticas Públicas em nosso País passa necessariamente pela inclusão de todos, não apenas no direito aos serviços, mas acima de tudo, no processo de tomada de decisões. A consolidação das práticas de participação e controle é que garantirão a afirmação de prioridades que alterem de forma substantiva a qualidade e a extensão das políticas sociais compreendidas como DIREITO de todos os cidadãos. O caminho percorrido pelo SUS já apresenta, apesar de seus grandes problemas, práticas importantes, como a Estratégia Saúde da Família – ESF, e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACs, que poderiam alcançar índices epidemiológicos fundamentais.

Apesar dessas conquistas, persiste no Brasil um modelo de assistência médicocentrico, hospitalocêntrico, com preocupação secundária nas ações de caráter preventivo; tendo como conseqüência um sistema sucateado, superlotação nos hospitais e filas intermináveis. No Paraná o quadro não é diferente, os governos vêm destinando ínfimos percentuais, que de longe não se aproximam da determinação Constitucional, além de maquiarem os percentuais destinados por lei. As conseqüências todos conhecem: surgimento de doenças emergentes e reemergentes, como a tuberculose e a hanseníase, entre outras.

Em Londrina, apesar de uma luta intensa por parte das comunidades usuárias do SUS, o quadro é de Caos: Hospitais terciários que fecham as portas para o SUS , quando atendem pacientes do SUS,faltam leitos, especialmente, de UTI e pacientes são atendidos em poltronas, nos corredores, por falta de enfermaria, Pronto Atendimento Municipal - PAM e Pronto Atendimento Infantil – PAI com superlotação e fila de espera para atendimento de 10 horas. Unidades Básicas de Saúde com enorme carência de profissionais médicos para atender a demanda espontânea assistencial, daí a peregrinação dos pacientes dos bairros para o PAM/PAI. Um setor secundário que não atende a demanda de especialidades, com filas de espera para consulta em torno de um ano e cirurgias eletivas com filas para mais de dois anos. Em Londrina a imprensa tem noticiado uma crise na saúde quase diariamente.

A crise é conseqüência de uma nítida falta de gerenciamento e de organização; mas por trás desta crise que culmina com filas enormes de espera na PAM, também prevalece o pensamento político ideológico e a visão do administrador da saúde, que não está preocupado com a defesa do SUS, com o aperfeiçoamento do sistema, com o atendimento humanizado e a resolutividade do sistema em si; se não vejamos: Para cumprir o prometido e garantir pelo menos mais um mês de pagamento aos médicos plantonistas, a Prefeitura admitiu ontem cortar gastos dentro da própria Secretaria de Saúde. (jornal de londrina, 01/04/2010).

O secretário municipal de Saúde, Agajan Der Bedrossian, confirmou que haverá cortes. “Vai ter que cortar. Só não cortaríamos se houvesse dinheiro sobrando. Será necessário cortar verba “de algum lugar”. “É isso que os técnicos vão decidir”. Ainda não temos uma definição interna. Entretanto, mais de uma fonte ouvida pelo JL, todas sem querer se identificar, confirmaram que já houve discussão de onde seriam os cortes. Uma delas afirmou que, em uma reunião, cogitou-se a hipótese de retirar dinheiro de programas municipais como Saúde da Família, Internação Domiciliar, Policlínica e setor de Endemias... “ Médicos plantonistas à distância e a Prefeitura de Londrina chegaram a um acordo, na noite de quinta-feira (29), que descartou a possibilidade de paralisação dos atendimentos nos prontos-socorros “( JL 30/04/10). Segundo o secretário de Saúde, Edson de Souza, para atender ao pedido dos médicos, foi necessário o remanejamento de recursos na pasta. Ele explicou que, como a Prefeitura também presta serviços para o SUS (no Pronto Atendimento Municipal), parte do repasse para estes atendimentos será destinado aos hospitais...” Secretário culpa pacientes por superlotação do PAM e PAI “.(JL, 21/04/2010) O secretário municipal de Saúde, Edson de Souza, negou ontem que o problema de superlotação no Pronto Atendimento Municipal (PAM) e Pronto Atendimento Infantil (PAI) seja por causa da falta de médicos. Nos últimos dias, as duas unidades voltaram a sofrer com a grande demanda de pacientes e demora na espera por atendimento. De acordo com Souza, são os próprios pacientes que não estão respeitando o protocolo de atendimento.

O controle da gripe A (H1N1) e das endemias, especialmente o da Dengue, é realizado de maneira equivocada, a secretaria não tem a percepção, competência e nem capacidade de mobilização social, falta visão da necessidade do envolvimento social, a secretaria não consegue envolver as comunidades usuárias do SUS, para o engajamento com ações cidadãs no controle da epidemia, não busca respostas das comunidades, realiza um trabalho isolado e dissociado da sociedade, é como se a sociedade não tivesse nada a ver e nem importância neste controle epidemiológico. Outro equívoco da secretaria é deslocar agentes de endemias de determinadas regiões da cidade para outras regiões ou bairros, como se tem visto e a imprensa têm mostrado com muita freqüência. Evidentemente, que quando você desloca os agentes de endemias de uma região para cobrir a outra, aquela fica desprovida e vulnerável a ser a próxima região a enfrentar aumento dos índices da epidemia. O resultado de um trabalho equivocado como este, para a cidade é visível: Duas mortes por dengue, várias internações e mais de 600 casos da doença confirmada, com 4.000 mil suspeitas da doença, sabemos que de acordo com o Ministério da Saúde para cada caso confirmado podemos multiplicar por 9 ou 10 novos casos, desta forma Londrina tem mais de 6 mil casos de dengue.

Lamentavelmente, a gestão administrativa da saúde é falha, as soluções apresentadas pelos governantes e burocratas, que via de regra são insensíveis, não têm compromisso com a maioria da população, são soluções de caráter paliativo e muitas vezes os pacientes não podem esperar e pagam com a própria morte.

A melhoria na área da saúde só será efetiva com a participação dos cidadãos, garantindo uma discussão qualificada, onde se tenha acesso às informações, e uma intervenção crítica dos usuários do sistema. A cidade é pioneira na organização das conferências de saúde como espaço de participação e de decisões. Precisamos radicalizar a democracia, para que conselhos, conferencias e a sociedade como um todo possam assegurar a implementação das tomadas de decisões, e, consequentemente, garantir o efetivo controle social nas ações e serviços de saúde.

Sabemos que o problema de saúde pública no Brasil só será resolvido, mediante soluções para o saneamento básico, habitação meio ambiente, alimentação, emprego, educação, reforma agrária e distribuição da riqueza e renda. Por outro lado precisamos garantir gestão competente, democrática, transparente, comprometida com o controle social.

Uma sociedade mais justa, fraterna, socialista e humanitária não é um lugar ou condição pronta e acabada, é e será sempre um processo. Uma construção laboriosa que só pode realizar-se de forma democrática e participativa. É, neste sentido que estamos propondo a formação do FORUM POPULAR EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA DE LONDRINA E REGIÃO. Que se constituirá em espaço privilegiado dessa construção democrática e participativa, ampliando a quantidade de sujeitos envolvidos e a qualidade das intervenções, construindo e entendendo que uma outra história é possível , uma história que combate e fará frente ao discurso e a prática daqueles interessados apenas a auferir lucros com a exploração da doença, ou aqueles de gestão marcada pela inércia e incompetência.



Memória da Reunião do 16/06 no sindicato dos correios em Londrina

Dentre outros informes e relatos, como o caráter do fórum, reunião com o promotor de saúde de Londrina e a composição da frente a favor da ADIN contra as OS, os membros presentes decidiram pela divulgação do fórum para a comunidade por meio do "Varal do Sus", uma forma lúdica de interagir com a sociedade, usuários e trabalhadores de saúde. Através de colagens, pinturas e desenhos a comunidade poderá exprimir as percepções do SUS que temos e o SUS que queremos. O evento será no dia 24/07 no calçadão de Londrina com horário previsto para começar (9h). Nos vemos lá!

Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e região compõe a Frente pela “procedência” da Ação Direta de Inconstitucionalida de 1.923/98 – Contra as OS!

Frente pela “procedência” da Ação Direta de Inconstitucionalida de 1.923/98 – Contra as OS!

21/05/2010

Companheiros e Companheiras,

Nós, do Fórum Popular de Saúde do Paraná, juntamente com os companheiros do Fórum em Defesa do SUS e Contra as Privatizações de Alagoas, estamos chamando as entidades, movimentos e pessoas para compor uma frente nacional. O objetivo é pautar, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a importância de votarem favoravelmente a Ação Direta de Inconstitucionalida de (ADIN) 1923/98, contra a Lei 9.637/98, que “dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras providências”, e contra a alteração do inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/93, com redação dada pelo artigo 1º da lei 9.648/98 que permite a dispensa de licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais (OS).



As OS tem sido um importante modelo privatista, empregado em alguns Estados e municípios, que tem levado a grandes precarizações das condições de trabalho e da prestação de serviço à população.



O Fórum Popular de Saúde de São Paulo e os sindicatos de servidores públicos têm travado uma grande luta no estado, já que foi o “grande” modelo de gestão adotado por Serra. No estado de Alagoas as entidades e movimentos têm se mobilizado para impedir a criação de uma lei estadual que autorize/transfira os serviços para as OS’s.



O Fórum de Saúde do Rio de Janeiro também tem travado diversas lutas e programado eventos para enfrentar a privatização da saúde no estado.



Londrina criou um Fórum Popular de Saúde recentemente para lutar contra a mercantilização da saúde e efetivação do SUS constitucional



Consideramos importante travarmos a batalha pela aprovação dessa ADIN. Isso passa longe de resolver os problemas da privatização, visto que as OS’s é apenas um dos diversos modelos de privatização, mas é um passo a frente em nossa luta de ter um Sistema Único de Saúde 100% público e estatal, voltado ao interesses do povo e não dos grupos econômicos.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) manifestaram- se junto ao STF em defesa da constitucionalidade da Lei das OS’s. A votação da ADIN, segundo o jornal Folha de São Paulo, ocorrerá no STF até o fim do mês de maio, ou seja, nas próximas duas semanas.



Visto isso, por enquanto nossas propostas de intervenção são:



1) Divulgar carta nacional pedindo a aprovação da ADIN assinada por entidades, movimentos e ministério públicos do país. – A carta pode ser vista aqui!



2) Fazer a entrega dessa carta e uma conversa com o relator responsável pela ADIN;



3) Constituir campanha através de um abaixo-assinado digital a fim de mobilizar a população e explicitar os problemas da privatização do serviço público. – o Abaixo Assinado está aqui!



Os Foruns de Saúde do Paraná, Alagoas, Saõ Paulo ,Rio de Janeiro, Londrina estão unidos nesta luta



As assinaturas para a carta podem ser enviadas para o e-mail fopspr@yahoo. com.br possibilitando assim produzirmos um documento único.



Colocamos-nos à disposição para o que for preciso. E vamos lá construindo a luta para enfrentar os modelos privatistas que nos arrancam direitos! Participem!

Frente pela “procedência” da Ação Direta de Inconstitucionalida de 1.923/98 – Contra as OS!








Memória: Membros do Fórum Popular de Saúde de Londrina conversam com Promotor de Saúde Londrina

Caros companheiros de luta, segue abaixo carta que companheiros do Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina e região levou ao promotor de saúde de Londrina Paulo Tavares. A carta dentre outras reivindicações tinha sobretudo o pedido da intervenção do MP junto ao CIAP e o fim da parceria da prefeitura com esta OSCIP. Estamos postando tardiamente aqui no espaço do blog, pois o fim da parceria deu-se durante esta semana em anúncio da prefeitura na imprensa local. Enfim, outras bandeiras como a contratação por meio de concurso público ainda estão em pauta na nossa luta e ainda não foram resolvidas! A conversa com o promotor foi elucidativa e abriu as portas para ações futuras.

Londrina, 07 de junho de 2010.


Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina

Carta Aberta sobre o escândalo de corrupção envolvendo a OSCIP CIAP

O modelo de contratação por intermédio de OSs e OSCIPs têm sido adotado em todo o Brasil, entretanto, para além dos incontáveis escândalos de corrupção que espalham-se pelo país envolvendo estas instituições, a exemplo do episódio de desvio de milhões em dinheiro público protagonizado pela OSCIP CIAP, está ainda para ser julgada no STJ uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) movida pelo PT e PDT no ano de 1998 contra as OS, próximo passo da OSCIP CIAP em Londrina, se acaso perpetuar na cidade, com a congratulação de OS já sinalizado pelo executivo. A iniciativa privada, de acordo com a constituição federal de 1988, pode participar do SUS de maneira complementar, mas o que temos presenciado é um movimento de entrega completa dos serviços públicos, em especial a saúde às instituições privadas. Outra previsão constitucional que vem sendo desrespeitada em Londrina diz respeito ao estabelecimento de um plano de cargos, carreiras e salários para o profissional da saúde. Os contratos de grande parte dos profissionais da saúde é via CLT, que vem se mostrando precarizados, com diferenças salariais entre profissionais estatutários que desempenham a mesma função no mesmo local, acirrando as condições de trabalho. Apesar de todo o arcabouço legal criado durante o governo FHC, a partir da Reforma do Aparelho do Estado, levada a cabo pelo então Ministro Bresser Pereira, podemos questionar o caráter público que se pretende dar a instituições privadas “ditas sem fins lucrativos”, como no caso das OSs e OSCIPs. É inconcebível acreditar, e no mínimo se constitui em uma ingenuidade, que na sociedade baseada na economia de mercado com vistas ao lucro, na qual vivemos, seja possível que uma entidade privada, se submeta a gerir um serviço complexo como o de saúde sem nenhuma intenção de auferir lucros. Diante do panorama acima exposto e do sério escândalo de corrupção envolvendo a OSCIP CIAP, consideramos inadmissível a manutenção do contrato com a entidade que desviou mais de 300 milhões de reais em todo o Brasil com base em dados da Polícia Federal e Ministério Público. A fiscalização dos serviços prestados tem sido realizado por profissionais contratados pelo próprio CIAP, em detrimento do que prevê a constituição quando delega os serviços de saúde a terceiros. Nada impede que esta OSCIP venha novamente onerar os recursos públicos e que venha em breve obter o diploma de OS pelo executivo londrinense, ganhando maior força e autonomia sobre a saúde, inviabilizando a participação popular, pois os contratos de gestão são instrumentos frágeis e de pouco acesso da maioria da população. Desta forma, com o objetivo de defender o interesse da maioria da população, dos trabalhadores, o respeito ao patrimônio público e a constituição federal exigimos:

- O rompimento imediato do contrato com a OSCIP CIAP, sem prejuízo para os

trabalhadores;

- A convocação dos profissionais que realizaram concurso público recentemente com vistas a suprir o déficit de pessoal, evidenciado pela superlotação do PAM, PAI e Unidades Básicas de Saúde;

- A realização de concurso público para agentes comunitários de saúde e agentes de endemias e garantir o piso salarial da categoria já previsto em lei federal.

Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina












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